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A importância da atuação psicopedagógica pós pandemia

A pandemia tem deixado inúmeros desafios para toda sociedade, principalmente para a educação, que foi muito afetada, da educação infantil à pós graduação. A interrupção das aulas presenciais e o uso inadequado da tecnologia contribuíram para que a aprendizagem e o desenvolvimento infantil sofressem defasagens as quais tem atingido muitos dos nossos estudantes. Neste cenário, observou-se um aumento no relato de problemas de aprendizagem nas crianças, jovens e adultos.


De acordo com a UNESCO (2020), universidades e escolas de 188 países fecharam suas portas já no início da pandemia, atingindo estudantes da educação infantil ao ensino superior, no total de 1.576.021.818 alunos impactados imediatamente, aumentando gradativamente, à medida que o vírus da Covid-19 passou a se alastrar de forma pandêmica em muitos outros países, como é o caso do Brasil.


As aulas presenciais estão voltando gradativamente, e todas essas questões devem ser analisadas com bastante atenção, principalmente nessa transição de aulas on-line para presenciais. A partir de agora, muito mais que antes, o processo educativo necessita ser cuidadosamente pensado para que não provoque ainda maiores danos ao processo de aquisição do conhecimento.


Nesse sentido, a psicopedagogia, área da saúde e educação, que trabalha com os processos de aprendizagem em seus padrões normais e patológicos (transtornos de aprendizagem, dificuldades de aprendizagem, deficiência intelectual e síndromes), auxilia, seja na prevenção ou na superação do problema.


O trabalho do psicopedagogo está relacionado aos problemas específicos de cada paciente. Portanto, o enfoque é no indivíduo e no meio que o cerca, analisando, investigando e intervindo nas suas formas específicas de aprendizagem com a utilização de instrumentos de triagem próprios.


No caso do trabalho psicopedagógico em instituições de ensino, o profissional da psicopedagogia além de fazer toda investigação individual, colabora efetivamente com toda a comunidade escolar (professor, coordenador, profissional de apoio, psicólogo, auxiliar de disciplina, família e etc), no que tange ao assessoramento da gestão pedagógica, orientações às famílias, estratégias de ensino, metodologia, plano de ensino individualizado, orientação para adaptação curricular, e desenvolve junto com o docente estratégias de ensino que visem superar os problemas de aprendizagem.


Falar de psicopedagogia é falar de aprendizagem, para isso, precisamos compreender fatores que a compõe, entre eles: desenvolvimento infantil e os marcos do desenvolvimento, percepção/gnósias, linguagem, afetividade, socialização, atenção, pensamento lógico, memória e praxias. Alguns desses componentes se desenvolvem naturalmente em contato com o meio. Isso se o meio oportunizar esse desenvolvimento, caso contrário, como o que aconteceu neste período de pandemia, poderemos ter desajustes na aprendizagem e no desenvolvimento, até pela falta de socialização, como é o caso de crianças bem pequenas que ficaram com atraso na fala por falta de oportunidades de contato com outras pessoas.


Estas dificuldades situacionais no processo de aquisição do conhecimento podem ser minimizadas ou sanadas com acompanhamento psicopedagógico e orientações adequadas à escola e à família. É de suma importância a identificação precoce dos problemas de aprendizagem, para melhores resultados, e o psicopedagogo é o profissional responsável e habilitado para este fim.


As escolas precisam estar preparadas para identificar sinais iniciais de dificuldades e transtornos de aprendizagem e encaminhar ao psicopedagogo para uma avaliação diagnóstica e encaminhamentos adequados em busca de solução para os problemas através de um plano de intervenção/tratamento psicopedagógico necessário ao caso.

Considerando os impasses trazidos pela pandemia ao indivíduo que aprende, faz-se cada vez mais urgente e imprescindível o trabalho do psicopedagogo tanto na saúde como na educação, para possibilitar a criação de estratégias que potencializem a capacidade de aprender de cada sujeito.


Simone Freitas Psicopedagoga. Especialista em neuropsicopedagogia. Aplicadora ABA e DENVER II. Palestrante. Supervisora e mentora de psicopedagogos. Fundadora do Psicopedagogiando PE.

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